Cannes... Filme a ver com olhos abertos, conservar, rever, não tanto pela estória, mas pelo Tema e mensagem de Alerta... Francis Ford Coppola centra "Megalopolis" numa Nova Iorque alternativa e retro-futurista, Nova Roma, e confronta arte e visionarismo com política e pragmatismo. Foi em 1977 que começou a pensar em rodar um filme de formato operático que fizesse uma analogia entre a decadência e a queda do Império Romano e o destino dos EUA no futuro, tendo começado a escrevê-lo em 1983. Após uma década de hiato, decide financiar seu projeto Megalópolis, uma alegoria da crise política contemporânea, reimaginando a Conspiração de Catilina para falar sobre o colapso da República Romana e suas semelhanças com o mundo atual: "Na Roma do século I a.C., o colapso republicano foi impulsionado pela corrupção e concentração de riqueza, enquanto uma classe empobrecida se via excluída. Catilina, líder do complô, promete reformas para os marginalizados, mas sua busca por poder pessoal contrasta com a tentativa de Cícero, defensor da ordem republicana. Em Megalópolis, essa luta se reflete na Nova Roma/Nova Iorque, onde os personagens Catilina e Cícero representam a falência de um sistema desigual e as contradições de uma democracia em declínio. A inovação tecnológica, simbolizada pelo Megalon, materializa os sonhos do homem, mas é controlada pelas elites, deixando os menos favorecidos à margem. A história é complexificada por Clodio, primo de Catilina, um rebelde financiado por banqueiros, que busca destruir o sistema sem oferecer alternativas viáveis. Seu discurso inflado, amplificado pela mídia, não propõe mudança real, mas alimenta o caos. A verdadeira transformação, representada por Julia, filha de Cícero, é a união das opostas. Ela defende o pacifismo como caminho para a reconciliação e construção de uma sociedade justa, contrapondo-se à retórica destrutiva de Clodio"... OU... Megalópolis se torna uma alegoria sobre o colapso das democracias modernas, onde a desigualdade e a ganância corroem as bases sociais e políticas, como aconteceu com a Roma Antiga. A reconstrução de uma cidade em ruínas no filme simboliza a necessidade de uma refundação social, onde os pilares da coletividade e da empatia devem ser restabelecidos. A obra questiona o capitalismo que, em vez de criar cidadãos, cria consumidores alienados, e denuncia a mercantilização da memória histórica, que distorce o passado em nostalgia vazia. Coppola propõe, assim, uma reflexão sobre como a verdadeira mudança depende de um olhar crítico sobre o presente e da capacidade de transformar a sociedade por meio da união e do respeito às diferenças... OU... Visão apocalíptica que recorda uma interpretação mais acurada das profecias de Nostradamus: Panorama parecido; Colapso dos EUA causado por graves confrontos internos e alterações climáticas, incapaz de continuar a ser o "guarda-chuva" protetor das Democracias; Crescimento das Autocracias, da tecnologia enganadora, dos media e vários lideres de "língua bífida" mentirosa, avatares não reais, sentindo o fraco, e querendo a Guerra, para assumir o poder mundial, antecipando a chegada do anti-cristo. Nesta ordem: União dos Muçulmanos em torno de um lider, que, com a decisão de reconstrução do templo judeu em Jerusalém, arrasam Israel e invadem a Europa e o Vaticano. Por fim, a China, o 3º anti-cristo, com a idade de Jesus. Muita morte e destruição nuclear. Depois disso, finalmente, a vitória dos EUA, reunidos sobre uma nova Ordem, com princípios parecidos aos de Julia.... OU... Enfim, apenas uma profecia, mas, cujos sinais vamos reconhecendo, a humanidade ainda pode evitar, se abrir os olhos... Contudo, a roda constante da História é impossível de travar até a Humanidade aprender da pior forma...
Título Original: Megalopolis
Ano de Lançamento: 2024
Direção: Francis Ford Coppola
País de Produção: EUA
Idioma: Inglês
Duração: 138 min.