A terceira longa-metragem da trilogia que o retrata como alter-ego na figura de João de Deus, sendo a primeira delas Recordações da Casa Amarela e a segunda A Comédia de Deus.... João de Deus, o tarado e sexual abusador de garotas menores, está tranqüilamente almoçando num parque, depois de anos trancado num hospício, depois na prisão, (condenado por abusar de adolescentes), quando o diabo em pessoa lhe dá uma mala cheia de dinheiro. João de Deus, então, irá desfrutar da luxúria e da lascívia proporcionada pelo dinheiro maléfico, sem nenhum arrependimento ou qualquer sinal de remorso cristão... até que, em jeito de epilogo, João de Deus, apesar de blasfemo, Deus, o Juiz Supremo, tudo lhe perdoa então e, depois de cruel castigo, lá lhe confere o direito ao Paraíso... ou, em jeito de mensagem final, "quem espera por sapatos de defunto morre descalço" (primeiro filme de 1971) e "divino sim senhor, mas parvo é que não!". Eis o epílogo: vale mais a astúcia que a bondade e Jesus devia ter aprendido isso. Nesta trajectória, em suma, é superado o mito pagão do eterno retorno, em que tudo acaba por ir dar ao mesmo. Faz-se jus à História, acaba por vingar o princípio linear do judeo-cristianismo: o caminho que todos nós seguimos, direitinhos a um fim sem retorno possível... (João César Monteiro faleceu em 2003, vitima de cancêr).
Título Original: As Bodas de Deus
Ano de Lançamento: 1999
Direção: João César Monteiro
País de Produção: Portugal, França
Idioma: Português
Duração: 147 min.
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