Estefânia, é uma velha, rica, católica rigorosa e, quando põe os olhos num casal de criados que não têm meios para criar devidamente o seu filho mais novo, António, decide movimentar as suas influências para fazer, dele, Padre. Os pais aceitam-no, o padre local e até o reitor do Seminário aceitam-no e António, aceita-o - se não por piedade, por obediência aos pais. Enquanto o tempo passa e António sai da miséria rural e entra no sistema de internato de um seminário, dúvidas e angústias vão-se acumulando dentro dele... A história é sobre um menino pobre de uma família pobre, rural, que faz o ensino médio em um seminário católico como só os endinheirados se podiam dar a esse luxo.O autor do romance - Virgílio Ferreira (1954) - fez aqui uma autobiografia romantizada e até interpreta o reitor do seminário... Num Portugal de metade do séc. XX, a possibilidade de prosseguir os estudos, estava reservada aos ricos ou os que seguissem o Seminário, obviamente, sem qualquer avaliação de uma qualquer evidente vocação, considerando a idade. Num estilo confluente entre a estética do neo-realismo e a filosofia do existencialismo, passado na Beira Baixa, seminário do Fundão, o autor não trabalha expressamente o tema dos abusos sexuais, mas deixa-o no ar, subliminarmente, a certa altura... A Saudade de casa e dos Pais quando somos garotos...
Título Original: Manhã Submersa
Ano de Lançamento: 1980
Direção: Lauro António
País de Produção: Portugal
Idioma: Português
Duração: 127 min.