É um dos primeiros filmes da geração do Novo Cinema português, inspirado pela Nouvelle Vague francesa, mas sempre fiel ao neo-realismo. Acresce que se vivia os tempos da ditadura de Salazar, havia censura e presos políticos. O início da década de sessenta é marcado pela agitação social (greves universitárias), por importantes movimentações da Esquerda, clandestina, por um certo bulício cultural e editorial. Germinando nos meios universitários, fanáticos de certos filmes que viam nos seus cine-clubes, inúmeros intelectuais marcariam presença na vida do seu país até ao final da década. Mergulhado nesse contexto, Belarmino espelha, com certa nitidez, o modo de ver as coisas que uma geração sofrida, mas rebelde, impunha. O diretor Fernando Lopes, foi o único que enveredou pelo filme doc., mostrando, com a ajuda da fotografia de Augusto Cabrita e o entrevistador Baptista-Bastos, este Belarmino, um antigo campeão de boxe, de humildes origens, que teve momentos de glória mas que o capital explorou. Nutre-se agora de memórias, sofre de nostalgia. Vive como um marginal, deambulando pela cidade de Lisboa. Para ganhar a vida é engraxador e pinta fotografias.... Até ao surgimento do (quase) discipulo Pedro Costa, esse é o melhor documentário português de sempre. Com Legendas para melhor entendimento da pronúncia.
Ano de Lançamento: 1964
Direção: Fernando Lopes
País de Produção: Portugal
Idioma: Português
Duração: 72 min.
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